domingo, 1 de fevereiro de 2009

Preconceitos 2: Índia, Brasil, etc.

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Nacionalismos: Índia, Brasil e outros nacionalismos...

Já aqui deixei claro variadas vezes que nao sou nacionalista. Aliás, considero o nacionalismo uma doença. Uma religiao em relaçao à qual tenho pouca consideraçao, e a qual considero que ter cada vez menos sentido. Imagine-se alguém a matar e a morrer pelo nome de um país e sua bandeira! Dispenso…

Foi na Europa que os nacionalismos floresceram com mais intensidade. E é a Europa que lhes está a decretar a sentença de óbito. Os nacionalismos em nome dos quais nos matamos ferozmente até há poucas decadas é agora deixado de lado consciente e voluntáriamente em prol de alianças mais proveitosas. A Inglaterra, França e Alemanha sao aliadas. Milagre! A moeda é uma para quase toda a Europa e é forte. As fronteiras entre os países têm a mesma importancia que as fronteiras entre os distritos, concelhos e freguesias. O sistema juridico unifica-se cada vez mais. O comércio, indústria e serviços também.
Perde-se muita coisa. Ganham-se muitas outras. Eu gosto.

Mas o que eu acho mesmo piada é observar os nacionalismos que neste momento se querem mais aguairrados. Nomeadamente o dos
EUA, da Índia e do Brasil. E já agora o da China, o da Cataluña e o do País Basco…..

Começando por estes últimos.....

Também é interessante observar o caso chinês. Por um lado a China é impiedosa e sem comtemplaçoes, como os Tibetanos sabem bem (desde há varios séculos que os chineses e Tibetanos andam nisto). Por outro lado demonstram verdadeira paciência e pragmatismos chinês com o Taiwan. Olhando para o que tem vindo a acontecer há que esperar que vao ter exito em unificar e fortalecer aquele nacionalismo para além do que alguma vez terá existido na história conhecida. É assustador!

Os EUA sao outra história. .....

O mesmo se passa no Brasil, que aliás é cada vez mais americanizado em quase tudo. Menos na (falta de) organizaçao claro está. O Brasil nasceu de um cisma português. Eramos um enorme imperio em influência e território. O Rei nao soube lidar com uma crise interna, escapou-se e isolou-se em parte do território, precisamente a terra de Vera Cruz, e acabou por separar e autonomizar aquela parte do Império. Mas nao se pense que por isso o Brasil, que nasceu directamente do fracionar de Portugal, é uma grande uniao de carácter português. Nada disso. Excluindo a lingua e o cristianismo (e mesmo aí…) o Brasil é menos influênciado por portugueses que por italianos, alemaes, judeus de varias proveniencias, japoneses, africanos (ex-escravos), etc. E sobretudo pelos EUA claro. Só há uma cultura que é nitidamente menos importante no Brasil que a portuguesa, sao as antigas culturas aborigenes, dos varios indios, dos quais aliás sobram poucos… E no entanto, a pesar de serem um país com pouco mais de dois séculos e da enorme diversidade cultural, os brasileiros sao muito nacionalistas. Entre o desespero, a critica arrraigada, a compulsao a querer estar permanentemente a desfazer e refazer tudo em rebeldias teenager, e, sobretudo, com muita esperança, eles nao conseguem deixar de acreditar e criar esse nacionalismo. Até já vao no ponto do revisionismos histórico, dizendo que os portugueses foram terriveis invasores e colonizadores opressores dessa naçao antiga… Mas eles nao sao quase todos descendentes de portugueses e outros colonizadores? Pelo menos os estado unidenses celebram as curtas raízes que têm, nomeadamente as europeias. No Brasil, os descendentes de portugueses, italianos, alemaes e japoneses gostam de se achar continuadores e herdeiros dos indios que os avós deles ajudaram a exterminar! É Brasil, é só rir. E digo isto com fraternidade porque gosto mesmo do Brasil e de muitos brasileiros.

Há mais uma coisa que eu acho interessante no Brasil, e na
Índia, onde se pode observar de uma forma muito visivel algo que também acontece em quase todo lado de uma forma menos explicita. É que aquelas misturas e confusoes todas criam situaçoes totalmente impossiveis de classificar dentro dos paradigmas classicos que os europeus inventaram. Por exemplo. O Brasil, entretanto moderno e americanizado, ainda mistura uma organizaçao estatal que herda estruturas implementadas por europeus há séculos atrás, com influências de estado centralista e intervencionista (de tendencias socialistas-fascista) importadas também Europa. Mas na practica o Estado funciona tao mal que nao tem metade da relevancia, nem para bem nem para mal, do que tem o Estado dos EUA, que querendo ser modelo de “capitalismo-liberal” acaba por ter muito mais intervençao real na economia e sociedade que o Estado brasileiro ou indiano. Leis intervencionistas sem regulamentaçao e aplicaçao practica nao servem de nada, e acaba-se por deixar tudo num suposto liberalismo em que na realidade manda a mao invisivel, a mao dos mais fortes sobre os mais fracos . Como em todo lado…

Mas o caso de nacionalismo mais engraçado de se observar é o da Índia. Índia que aliás é o mais novo de todos esses países. Nasceu já depois da segunda guerra mundial. Nasceu pela mao inglesa. Os ingleses desenharam a Índia e Pakistan actuais. Desenharam e criaram dois nacionalismos. Dois nacionalismos fanaticos e nucleares diga-se. Duplamente fanáticos: fanaticos do próprio nacionalismo e fanáticos de religioes que associam a esses nacionalimos. Uma dupla explosiva. Aliás, vendo bem as coisas os ingleses só fizeram foi merda e da grossa com estas questoes do ultramar. Foi na Índia e Pakistan tal como foi com os Palestinos e Judeus. Só com esse "pequeno" erro podem considerar-se grandes responsávéis pelos nacionalismos.....

Pois bem: criaram a Índia. O que é a Índia? Ninguém sabe bem. É uma mistura total entre o velho e o novo, de tal forma mesclados que nao se sabe onde começa um e termina o outro. (mas claro que para neo nacionalistas tudo é antiquíssimo!). É uma mistura total de quase todas as religioes do mundo, cuja a grande parte delas nasceu lá. Quase todas menos o comunismo e nacionalismo que importaram e incorporaram sem dificuldades. Aliás se alguma coisa caracteriza a ïndia é a sua capacidade de importar e incorporar tudo e mais alguma coisa. E exportar também. Aliás, foi por causa da Índia que a globalizaçao começou, primeiro de lá para fora, depois para chegar lá. E agora de lá para fora e de fora para dentro… Será que neste mundo globalizado ainda faz sentido falar de dentro e fora?

Claro que os indianos (nacionalidade recentíssima) sao altamente nacionalistas. Fervorosamente diria. E sim, eles diram que têm a cultura mais antiga e erudita da humanidade, muito embora eles a conheçam tao mal, e parte dela ter sido desenterrada por e para ocidentais…

Enfim…nacionalismo! Entre o rir e o chorar mais vale rir.


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