terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Viajar ou não viajar...

Quando ainda estava em Portugal passei a última semana básicamente a hibernar. Muita gente me dizia mil e uma coisas acerca da viagem que estava prestes a começar.

Uns diziam que eu ia adorar a Índia, outros que ia detestar. Por isto, por aquilo, por aqueloutro... O mais curioso é que nenhum desses lá foi, ou conhece sequer um vigésimo do que eu sei por estudo e curiosidade intlectual. Já eu não sabia, e não sei, se vou gostar ou não, e nem tenho pressa em saber. Se já soubesse para quê ir lá? Quando lá estiver logo vejo. Logo conto.

Outra coisa que ouvi muito foi: “vais voltar?”. Essa foi possivelmente a pergunta que mais me fizeram. E eu fiquei intrigado proquê, já que eu sempre parti do principio que sim, vou e volto. Não sou vidente e nem faço planos muito rigidos mas suponho que sim, vou voltar. Será que eu tenho cara de hippie, ou transmito a sensaçao de querer fugir de alguma coisa, ou estar a procura de alguma outra, ou seja lá o que for que levava as pessoas a pensar que poderia não voltar? E voltar para onde, para o quê, para quem? Sou um cidadao do mundo, já dizia Socrates... Sou o mundo, diria eu! Ok, temos ego, ligaçaoes emocionais, familia, gente chegada, uma terra mais nossa, mais casa. Presumo que sim, voltarei.

Outra pergunta que se tornou cada vez mais frequente foi: “estás excitado com a viagem?” R: Não. Não estava mesmo. Na realidade estava bem em casa, a hibernar. Eu gosto, e gostei ainda mais talvez por saber que durante 3 meses pelo menos não ia ter isso. Não, não estava excitado com a viagem. Como sempre fiz a mala no dia antes, tomei as vacinas na manha do dia que parti, etc. Só no dia da viagem é que começo a viajar. Quando estava em Espanha também não estava a pensar muito em Londres, e agora que cá estou pouco penso na Índia. Talvez na próximo domingo a noite comece outra vez a sentir o estomago a mexer-se...

Em geral consigo viver e desfrutar mais ou menos bem o presente, “ o momento”. Principalmente se estou a fazer o que quero, se não me sinto preso. Se estou muito preso e parado sinto-me limitado, frustrado, e começo a sonhar... E claro que também já me senti assim, faz parte, mas não me posso queixar. Se estou a viajar, conhecer pessoas, conhecer mais yôga, aprender mais, e com prespectivas de continuar asism um bom tempo mais sinto-me preenchido e realizado. Não preciso sonhar, porque o sonho está a realizar-se acordado. E chego ao fim do dia cansado, durmo profundamente. E a Vida flui. Definitivamente preciso de movimento, não me posso deixar aterrar muito. Preciso de estar a aprender ou construir. Empenhado ou solto. Ou os dois. Preciso de estar a descobrir novas possibilidades de existir, ou a evoluir numa delas. No movimento encontro mais vigor, e até mais estabilidade. Parado no mesmismo soterro. Como eu não sou muito idealista, não creio em progresso e não acho que eu ou o mundo esteja a evoluir em direçao a coisa alguma tenho dificuldade em entregar-me a construir um projecto. Falta-me a conviçao de quem sabe que é absolutamente necessário e útil. Sem esse idealismo para me aquecer o sangue carburo mal. Por isso acabo por encontrar mais facilmente satisfaçao em simplesmente conhecer, descobrir, em ser supreendido, em abrir possibilidades de existência na minha consciência, em entender. Comtemplar.

Claro que tudo tem os seus momentos. Ontem o meu corpo somatizou esta recente evoluçao. Duas semanas a mexer tanto, a praticar tanto, a conhecer tanto, a dormir nao tanto, a mudar tanto, tanto a mais do que antes, tem o seu preço, o desgate de estar a mudar, o preço de estar em movimento continuo: cansaço, depressao, saudades, RESSACA. Tenho óptima memória, em geral não esqueço nada nem ninguém, pelo menos do que é improtante,. Mas também nao sou de estar sempre a pensar no que ficou para trás, a pensar no que nao tenho aqui e agora. Nesse aspecto sou positivo. O que tenho aqui e agora é a oportunidade de conhecer mais, de crescer como pessoa, e isso é o que eu quero. No entanto hoje lembrei-me de tudo aquilo que é casa. Principalmente de todos os que sao casa. Vou aliviar um pouco, não muito. Isto faz parte, e passa. Tudo tem sempre o outro lado.

Tudo tem sempre o outro lado...

Uma das frases que mais tenho ouvido entretanto é: “Ai que inveja, também queria...”. A sério? Queria mesmo? A maioria das pessoas que me dizem isso poderia fazer exactamente o mesmo que eu, se quisessem. Agora. Se realmente quisessem. Mas as pessoas dizem que querem da boca para fora. Se quisessem mesmo faziam. Mas não querem. Não querem deixar a sua casa para trás por 3 meses e resumir a sua carga a uma mochila que nem sempre dá para desempacotar. A casa para a qual trabalham pelo menos 2 semanas por mês (mais uma para o Estado, e, com sorte, trabalham alguns dias para dar Vida ao que supostamente realmente gostam). Nao querem deixar a merda de emprego que têm e que dizem odiar todos os dias. Não querem sequer pensar em ficar 3 meses longe dos que mais gostam, mesmo que se queixem deles todos os dias. Não querem ver que poderiam fazer isto se quisessem, tao simplesmente como dizer: quero e vou. Sim, isso pode ser assutador, porque isso desperta o poder da escolha em cada um, a responsabilidade por fazer o que se quer, o risco de sair do suposto “tem que ser”... Não tem de ser. E os pai se os filhos, o patrao, o sistema e a crise não sao desculpas. Ou melhor, sao desculpas! A maioria não quer fazer uma viagem destas, a maioria quer mesmo a rotina que já vive. Incluindo o queixar-se de tudo e todos, o achar que tudo é dificil, que está tudo mal, o dizer “que inveja, também queria...” E isso não tem nada de mal.

Hoje não digo que vos invejo e também queria. Mas digo que tudo tem o outro lado, que viajar sem pensar no amanha não é mesmo para todos, que mesmo quem gosta muito, como eu, ás vezes tem saudades de casa, tem saudades de vocês.

Beijos.

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domingo, 25 de janeiro de 2009

Portobello Road, Notting Hill

St Evans Road, no north Kensighton, é prependicular a Portobello road. Eu estou precisamente aqui. Uma zona residencial bastante central em londres. Não a melhor zona residencial, mas bastante perto de algumas das melhores (Holland Park e Souht Kensighton por exemplo, onde também estao alguns dos melhores museus da cidade)

Portobello road é actualmente conhecidissíma por causa da comédia romantica “Notting Hill”. Antes era uma rua mais. Um mercado mais, dos muitos que ainda existem pela cidade. Com mercados quero dizer feiras ambulantes. Claro que não sao daquelas feiras ambulantes em descampados dominadas por ciganos como ainda se vê em Portugal. Mas, também não é muito diferente. O que se passa é que aqui também há muitos feirantes ingleses, e de outras nacionalidades. Os chineses e ciganos acabam por ser apenas uns mais. E depois, estes mercados sao relativamente mais pequenos. Uma rua, por baixo de um viaduto, um cantinho qualquer. Alguns sao especializados em comida, outros em roupinhas e roupetas, outros têm um pouco de tudo. Este de Portobblelo road é desses que tem de tudo. Frutas e vegetais, comidas rápidas variadas, livros, velharias, roupas.... Dá colorido a rua. Como a rua ficou estrondosamente famosa com o filme é invariávelmente invadida por turistas de todas as partes. As mulheres chegam a delirar só de estar ali. Comprar uns oculos foleiros no mercado onde o Hugh Grant se passeava é outra coisa, outro charme. Tirar uma foto ali é agora tao tipico como no Big Ben. Ali e na livraria de viagens que serviu de inspiraçao ao filme, e que existe mesmo. É muito interessante ver uma japonesa ou italiana a tirar a sua foto toda emocionada. O romance é algo realmente forte, e é universal. Alimentamo-nos de emoçoes tanto ou mais que de comida própriamente dita. O certo é que a ru atambém tem uma série de cinemas, restaurantes, cafés e outras coisas que a fazem bastante agradável. Mesmo para mim que sou demasiado cinico para desfrutar destes fenomenos de moda emocional, histéricos e massivos...

O melhor de tudo é que aqui mesmo ao lado de casa, ao virar da esquina tem a pastelaria “Lisboa”, onde posso ir comer um belo pastel de nata! Um toque casa ao lado de casa. Estou mesmo bem.

Hoje o dia esta escuro e chuvoso. Depois de varios dias a praticar muito e a caminhar ainda mais pelos varios bairros e parques soberbos da cidade (ontem o parque-bosque de Hampstead) , montamos a sala para fazer ums bela tarde e noite de cinema, comer, e não fazer mais nada! Qualidade de vida...

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Desculpem os erros ortográficos!

Cada vez dou mais erros!

Isso é resultante de misturar profundamente na minha cabeça o português de Portugal e o protuguês brasileiro, e ainda, ao mesmo tempo, uma boa dose de espanholismo e inglês. Ler, falar e pensar nessas várias línguas em simultaneo dá confusao. Junte-se a isso o facto de ser mau a digitar, principalmente neste novo mini teclado! O resultado é assustador. Nao levem a mal.
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Preconceitos 1: Índia, uma invençao moderna


Na mente romantica do ocidental condescendente, os indianos sempre foram um povo muito gentil que aceitaram e integrar as mais diversas culturas que chegaram à sua Índia...Ora, Eles não são assim tão bonzinhos e tolerantes. Mas, de facto, continuam a absorver muito de outras culturas, como sempre.

A “Índia” é uma invenção moderna e ocidental que os próprios indianos estão a tentar assimilar, tentando (com grande ímpeto e dificuldade) criar uma identidade indiana.

Antes de meados do século xx nem existia formalmente tal nação, e ainda agora é dificil manter aqueles ex reinos todos, com a sua hiperdiversidade cultural, juntos e em sã convivência. Tanto que há partes constantemente a lutar por autonomia e independência. O mais engraçado é que muitos indianos abraçaram o nacionalismo com grande impeto, e esse nacionalismo indiano afirma-se primeiramente contra ocidente, contra a Europa, contra os britânicos, contra os judeus...esquecem-se é que o próprio ismo-nacionalismo é algo tipicamente europeu. O nacionalismo foi a grande religião europeia do seculo xix e básicamente implodiu com as duas grandes guerras mundiais no seculo xx. Os indianos (e pakistaneses, cidadãos do bangladesh, etc) ainda estão a reviver os ismos ocidentais do passado. Não é de espantar que os principais actores que promoveram e impulsionaram os movimentos nacionalistas da Índia (e do Pakistan, etc), todos foram educados no ocidente, nomeadamente na Grã-Bretanha.

A Índia moderna vagueia por entre esse anti-europeismo que no entanto continua a fasciná-la. Por exemplo: o dinheiro é cada vez mais o factor predominante na hierarquia social, e não já a casta, seguindo assim o modelo de classes sociais do ocidental. Outro exemplo: a lingua franca é o inglês, e não o hindi ou qualquer outra linguagem, e desde logo não o sânscrito. Os indianos voltaram a valorizar parte da cultura antiga (os textos vêdico-brahmânicos) só depois que os europeus os traduziram e começaram a interessar-se por eles. Caso mais explícito: o Bhagavad –Gíta que após a tradução do sânscrito para o inglês e deste para o hindi passou a ser extremamente popular. O próprio yôga só voltou a ser popular e socialmente importante à medida que mais e mais ocidentais o requisitaram, e sobretudo à medidada que nós os ocidentais rumávamos a oriente levando os bolsos cheios de doláres e depositando-os com veneraçao e submissao aos pés dos gurus. Agora há milhares de gurus, todos prontos a oferecer-lhe yôga prêt-a-porte!
O sistema de ensino tradicional, a tradição oral de mestre-a-discipulo reunidos e pequenas seitas, está a ser definitivamente substituido pelo modelo ocidental resultante da revolução industrial: a educação de massas. A Índia vagueia por entre a tentativa de manter um regime democrático (também um modelo europeu) e pela inveja (medo e admiração) da China com o seu modelo bem sucedido de comunismo capitalista (otros modelos economicos europeus).

Na sua afirmação nacionalista, nessa tentativa de forjar uma identidade indiana, que também se afirma por reacção ao Pakistan e ao seu islamismo (apesar de a Índia ser um dos principais países islamicos do mundo, com muitos de milhoes de muçulmanos), os indianos andam muito atarefados a tentar reconstruir o seu passado, procurando (e encontrando, pois quem procura encontra) as raízes daquilo que seria a sua cultura milenar, o tal de santana dharma, que os estrangeiros deternimaram chamar genericamente de hinduísmo. Acontece que a cultura da Índia pode ser antiga, mas não tem nada de eterna. Ela é a mais diversificada, plural e contraditória que existe. E tem influências de todos os povos que a invadiram (pacificamente, militarmente, comercialmente, culturalmente, etc) e essas influências tão dispares são o que mais carateriza o dito Hinduísmo, que na sua hiperdiversidade é indefinivel e apropriável, até por indianos! "Hinduísmo" é um estrangeirismo. Os ingleses usaram-no como termo genérico para designar aqueles que nao eram muçulmanos ou sikhs. "Hinduísmo" é uma... nao coisa! E essa nao coisa contém mil e uma coisas diferentes. Tantas que os ingleses nem se deram ao trabalho de as nomear. Quando alguém se diz hindu isso nao quer dizer quase nada. É como dizer que sou ocidental. Quanto é que isso diz sobre mim?

Claro que para um indiano activista do orgulho indiano-hindu (de que o Gandhi, um filho cultural do ocidente, foi um dos progenitores) tudo isto é insultuoso e inaceitável.

Para um orgulhoso hindu o que é de louvar é encontrar “provas cientificas” que demonstrem que a sua genética e cultura são “suas” desde há milénios. Que muitos antes de britanicos, portugueses, árabes, mongóis, hunos, gregos e todos os demais, já existia uma grande civilização muito avançada, com os valores da sua cultura “eterna”...blá, blá, blá...

Outra expressão cultural tipicamente europeia que os indianos ainda estão a assimilar é a divisão epistolomógica dos saberes entre ciência x religião x filosofia x arte...É uma divisão típica da Europa moderna, dos seculos xviii a xix, que surgiu aqui por motivos especificos, mas que os europeus exportaram tão bem com o seu dominio militar-comercial. E os indianos continuam a absorver cultura europeia, que utilizam para...tentar renegá-la! Rsrsrsrrs.

E o mais engraçado de tudo é ver ocidentais a colaborar com os nacionalistas hindus, muitos deles radicais e anti-ocidente, nesse esforço por encontrar a autenticidade e superioridade dessa (suposta) cultura.
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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Como conhecer uma cidade?

Como conhecer uma cidade? É simples: isso é impossivel. Mesmo viva 50 anos em Lisboa nao vai nunca conhecer a cidade toda. Até porque tudo está sempre a mudar. E se digo Lisboa digo muito mais NY, ou Londres, Madrid, Sao Paulo, Buenos Aires ou Beijin! O que um turista faz habitualmente é procurar ficar com uma vaga ideia. E mais vaga ainda porque costuma ter pouquissímo tempo e investe-o a querer ver o máximo possivel. Assim, acaba por fazer os intensivos roteiros dos guias turisticos, batendo os locais mais históricos e tipicos. Típicos principalmente para turistas! Ok, nada contra. Eu, como turista, ás vezes também embarco (parcialmente) nesses raides intensivos. Mas sempre que posso escapo.

O primeiro passo dou-o, em geral, antes mesmo de chegar ao lugar. Consiste em saber e aceitar que nao vou conhecer a cidade toda. Nem quero. Aliás, nem toda nem sequer uma minima parte. Tendo essa primeira parte sido estabelecida o segundo passo dá-se com naturalidade: relax! Nao vamos a algum lado para stressar. Se nao conhecer nada incrivel...nao conheço! Algumas das minhas cidades preferidas nem sequer têm nada de especial para ver ou fazer. Mas têm pessoas, têm um ambiente, um estilo de vida, algo que agrada. E é precisamente isso que procuro descobrir: as pessoas e o seu estilo de vida. A Vida das pessoas nao costuma ser feita de “incrivéis” e “fantásticos”, e sim de normalidades, rotinas, hábitos, etc. É isso que quero conhecer. Os hórarios, os trasportes, que supermercados frequentam, quais e como sao as escolas dos filhos, que tipo de roupa vestem, como se divertem, como descansam, que Tv vêm....

Sempre que posso viajo a trabalho. Prefiro viajar a trabalho do que como mero turista. E sempre que vou de turista, como agora estou, procuro integrar-me de alguma forma na rotina de quem nao o é. Ou seja, tento ficar com amigos e ou colegas que vivam no lugar, e de alguma forma integrar-me no seu trabalho, afazeres, diversoes, etc. Por sorte sou professor de yôga, de um yôga que tem faz enfase num conceito fantástico e terrivel chamado: egrégora. Egrégora é a força de grupo, a dinamica do grupo, o grupo. Na pratica isso permite-me conhecer gente em bastantes sitios e saber que conto com alguma receptividade porque todos temos algo em comum. E ás vezes até é mesmo amizade.

O yôga ensina a concentrar-nos. Eu gosto de yôga, os seus conceitos, conselhos e praticas fazem sentido para mim. Tento aplicar o yôga em tudo o que faço. E talvez por isso dediquei-me ao próprio yoga. O circulo fecha-se. O Yôga ensina-nos a concentrar num único ponto, focar, estabilizar, manter estável, e desse foco estável, surge o conhecimento. Da concentraçao, que aparentemente diminui o movimento, acaba pro surgir algo mais profundo, que está para além da superficialidade. Neste caso da superficialidade dos roteiros turisticos. Assim, viajo com o foco no próprio yôga. Estou principalmente com professores e alunos de yoga. Vou a escolas de yôga. Pratico yôga. E assim acabo por conhecer gente através do yôga. Gente da mais diversa, gente local, gente real! Sobretudo evito ver só outros turistas, todos a fazer o mesmo programa alienado da realidade quotidiana. Ao procurar as escolas, ao visitar os amigos, ao seguir com eles as suas rotinas acabo por conhecer muito melhor a cidade e suas gentes. Pelo menos conheço relativamente bem algumas das pessoas e actividades.

E assim tenho andado. Dormo, como, descanso, vejo Tv, navego na internet, vou a escolas de yôga, pratico, medito, vou as compras, ajudo nas rotinas da casa, passeio... Estou ainda muito longe de ser um Londinense, e nem sequer tenho pretensoes a conhecer Londres. Mas estou contente, tranquilo e...feliz. Logo eu que nem acredito em felicidade!
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domingo, 18 de janeiro de 2009

Conectado, desconectado

Há cerca de 3 anos deixei o telemóvel. Nunca gostei muito de falar ao telefone. Aliás, muito nao, nada. Entretanto, em Portugal outra vez, fiz uma tentativa semi-frustrada de re-adaptaçao. Mas definitivamente prefiro a internet. O mail e o messenger. Para algumas coisas o blog. E hoje em é tao fácil mantermo-nos conectados a internet! Além dos tradicionais cibercafés locutórios que existem em todo lado, a esmagadora maioria das casas que frequento têm conexao de alta velocidade. A maioria de hotéis também. Depois há os restaurantes, cafetarias, aeroportos, etc. com wifi aberto. Basta ter um treminal acessivel. E para isso existem os portáteis. E no último ano surgiram os mais perfeitos de todos os portáteis, os “netbooks”, miniportáteis que pesam menos de 1,5 kg, ás vezes menso de 1 kg, e que sao do tamanho de um livro médio. Ou seja, perfeitamente transportavéis. Nao sao um PC apto para tudo, mas para escrever um texto básico e navegar pela internet sao perfeitos! Assim, agora, o mais dificil é nao estar conectado à Rede! Nao sei se feliz se infelizmente...
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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Viagens: Mundaka, do ar!



No voo de Madrid para Londres passei mesmo por cima de uma das melhores ondas do mundo: Mundaka. País Basco, mar cantábrico. Na foto quase nao se percebe, mas do aviao dava para perceber que estava a "bombar"!
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Yôga: ser ou nao ser...

Estilos de yôga: Bikram yoga.

Hoje fui experimentar uma prática nova. Nova para mim...

Actualmente estou num momento de grande abertura e tolerância. Momentaneamente nao estou formalmente conectado a nenhum mestre, método ou instituiçao de yôga. Claro que continuo a ter grande próximidade e referências no Swásthya yôga e sobretudo no Mestre DeRose. Foi aí que comecei, foi aí que cresci para o yôga e como yôgin, é parte essencial da minha formaçao. E quanto mais conheço outros aspectos deste mundinho chamado yôga mais valorizo o Swásthya por tudo de bom que tem, por tudo de bom que aprendi e aprendo, por todas as coisas e pessoas maravilhosas que passaram a fazer parte da minha vida devido ao SwáSthya. E claro, também me apercebo cada vez melhor das suas limitaçoes, tiques, manias, pretensoes, problemas, idiossincrasias e loucuras. Os próprios e aqueles que sao tao comuns neste mundo, e em todas as pessoas e grupos de todos tipos... O yôga é muito humano! Mas isso é outra história.... O certo é que neste momento nao me sinto pressionado a aceitar linguagens, definiçoes, posicionamentos, compromissos, métodos, missoes, objectivos e metas advindos de conveniencias grupais, empresariais e de outras pessoas em geral. E como em todos os momentos de transiçao, em que nos damos a chance de parar para reavaliar e reprender tudo de novo, em que voltamos a deitar as cartas sem medos, prontos a recomeçar o que nunca acabou, podemos ser completamente honestos conosco próprios, incluindo para aceitar o que nao sabemos, as nossas indefiniçoes, o que é diferente, etc. Eu sempre fui curioso, relativamente aberto e tolerante a conviver e conhecer o que há de diferente, a conhecer e “provar” outras coisas, mas neste momento sinto-me mais solto que nunca! Desde logo sinto-me pronto a aceitar que chamem yôga a tudo e mais alguma coisa! Os pretensamente mais ortodoxos sao sempre muito possessivos e ciosos do que consideram “autêntico”, verdadeiro, serio, e, em última análise, seu! Mas convenhamos, os mais ortodoxos costumam ser pretensiosos, uns chatos “pedantes”. Todos com a mania de que a sua verdade é mais verdadeira e importante que a dos demais, cheios de maniazinhas e complicaçoes. Que se... No extremo oposto estao as multiplas empresas que vendem os seus produtos utilizando os esteriotipos, clichés e ideias feitas sobre o yôga sem o menor problema, desde que os seus directores de matketing os convençam que é a melhor forma de publicitar o seu empréstimo bancário, ou o seu colchao pseudo ortopédico, os seus medicamentos infalivéis para as dores de cabeça, o seu pacote de férias idilicas, e por aí vai. Ninguém parece ter problemas em vender o yôga, ou em ganhar $ com o yôga. Ninguém a nao ser alguns pseudo espiritualistas, pseudo anti-materialistas, 99% deles absolutamente hipócritas, egomaniacos em busca de poder, reconhecimento e atençao, desesperados por dinheiro com os quais possam pagar as suas necessidades e vicios, tal como qualquer outros. Ainda abundam tanta gente dessa no mundinho do yôga! Pelo meio desses extremos, os ortodoxos e os que só utilizam a imagem do yôga para vender o seu peixe que nada tem a ver com o yôga há outra categoria. Uma categoria que eu chamaria de “academias de yôga”, que sao aquels locais que vendem o yôga sem grandes ortodoxias e também sem grandes pretensoes, a não ser a de que é yôga. Essencialmente vendem yôga como fitness ou terapia, um fitness terapeutico que se supoe “espiritual” em alguma medida ou forma. Há varias formas e estilos. Variadas embalagens e conteudos. Nos últimos dias aqui em Madrid provei mais um: Bikram Yoga

Bikram Yoga

Para introduçao uma mini história. O dito Bikram é de nacionalidade indiana. Isso da-lhe a oportunidade de chamar yôga ao que bem lhe apetecer! Nao importa se quer chamar yôga a fazer umas posiçoes dentro de uma sauna, ou juntar um grupinho de gente depressiva para rir-se à toa, se se é indiano têm-se a partida uma certa legitimidade para chamar yôga ao que se quiser. Legitimidade perante os próprios indianos porque na Índia ninguém se preocupa muito com isso. Cada um que invente o que bem lhe apetecer. Se for muito excêntrico à partida terá seguidores e provavelmente tornar-se-à um Deus mais. Se ganhar dinheiro e tiver seguidores ocidentais entao melhor ainda... Mas legitimidade também no ocidente porque a maioria dos ocidentais acha que todos os indianos sabem yoga. Como no estrangeiro também acham que em Portugal todos gostamos de fado, o cantamos, tocamos, etc. Pois... Nao gostamos, nao tocamos, nao sabemos. Mas ideias feitas sao poderossisimas, predispoem-nos a crer por preconceito, a confiar! Supostamente o yôga é coisa de indiano, e supostamente so indianso sabem yôga. Mesmo se o indiano for analfabeto, ou tenha passado grande parte da sua vida no ocidente, ou a sonhar com o ocidente e as nossas riquezas, sejam ellas os nossos belos automoveis, as nossas belas e liberais mulheres, ou até o nossos Deus!

Voltando ao Bikram. Este senhor gostava mesmo era de desporto. Incluindo alterofilismo. E parece que algures na sua fase de criança/adolescente teve realmente alguma instruçao na pratica de Hatha yôga, nomeadamente enquanto pratica de educaçao fisica/saude/terapia. Entertanto veio para o ocidente. Por sorte nuam altura em que o ocidente virava a oriente e estava sequioso de yôgas, gurus e outras coisas orientais. E acabou por encontrar a sua formula para “dar certo”. Criou um metodo de yoga, seu! Deu tao ecrto que se pode dizer que estamos perante um dos mais bem sucedidos empresários da area com uma cadeia de franchising bem sucedidda mundialmente (origem nos E.U.A.). Nao só se tornou rico e famoso, ele é um verdadeiro pop star, pelo menos entre os seus séquitos e admiradores. Foi o primeiro a querer registrar comercialmente todo um método de yoga (nao apenas um nome/marca), e há longos anos que organiza competiçoes de yoga. !?! (Ao escrever competiçao de yoga percebo que ainda não sou completamente tolerante e liberal quanto ao que se deveria chamar yoga!).

Bem, indo directo há minha experiencia pessoal.

Começando pelo fim: gostei. Gostei como pratica de tipo desportivo. Algo como um spinning mais interessante e variado.

A sala estava aos seus belos 40 graus (talvez um ou dois mais). Esta é a imagem registrada do método Bikram (pelo menos para um semi-leigo como eu). Estavamos 26 macaquinhos apertados numa sala com não mais de 60 metros quadrados. Só isso já aqueceria mais que suficiente qualquer sala. A professora, com um inconfundivel sotaque norte-americano, não tinha sequer espaço para demonstrar. Não faz mal, os alunos mais antigos a frente dao o exemplo visual. Estavamos pelo menos 8 novatos. Não faz mal, pratica é relativamente simples, essencialmente fisica, facilmente visualizável portanto, e por isso fácil de aprender e seguir. Começamos com 2 minutos de respiraçao simples feita de pé, mas feita da forma mais estranha que já vi. Não percebi bem o porque da forma, nem o objectivo mas concertez que há uma resposta perfeitamente válida . O ar tao quente começou logo a aquecer ainda mais o corpo, e talvez fosse precisamente esse o objectivo. Um ou outro praticante começou logo a sofrer com o calor! A maioria começamos a suar fortemente logo neste ponto. Fomos logo directos ás posturas. 24 creio, cada uma delas repetidas 2 vezes numa sequeência pré definida,. A maioria fácil. Algumas com variaçao avançada para os que têm mais facilidade. Pela 5ª ou 6ªpostura já estava tudo bem suado ao nivel de sauna. Alguns já se deitavam no chao tentando respirar melhor, ou simplesmente não desmaiar e sucumbir. A instructora dizia: “no problema, hacer solamente que puedas. Bueno bueno”. Sinceramente não creio que seja saudável para alguém de caracteristicas marcadamente fogo e ou ar, pessoas naturalmente quentes ou voláteis. Concerteza não é indicado para quem não gosta de suar, ou de ver gente suada. E é impossivel não ver: companheiros a menso de meio metro em qualquer direcçao, espelhso por todo lado. De vez em quando a instructora lá fala um pouco em concentraçao, ou dá um toque de espiritualidade à pratica: “no es fisico, es todo mental, esta todo en la mente (com sotaque amaricannoouu)”. Pois... Para mim não há separaçao, e nem sequer distinçao, entre corpo e mente, mas que neste caso o mental está submergido na sua forma mais densa não tenho dúvidas. Náo é só o meu corpo. O dos meus 25 colegas semi-nus e absolutamente suados a menos de meio metro de mim também ocupam uma parte significativa da minha mente! Por sorte estava rodeado de alguns corpos extremamente agradáveis. A professora diz: "respirar profundo, absorver el prana, la energia en el aire". Espero que o ar condicionado seja realmente mágico, porque prana naquelas condiçoes eu nao consigo imaginar. A certa altura lá nos deitamos em shavasána (deitados de costas no chao, estendidos e imóvéis, a “posiçao do cadáver”) e a instructora diz: “agora imóveis alguns minutos. Simplesmente sinta a sensaçoes. Esta é a parte de meditaçao”. !?!. Para mim meditaçao náo é uma parte. Mas assumindo que pode ser induzida técnicamente numa parte da aula, certamente também não consiste em ficar 2 minutos deitado no chao, absolutamente suado, a tentar desacelarar o coraçao e respirar mais suavemente, “sentindo as sensaçoes do corpo”. Mas tudo bem, não estava ali para me chatear com nada e sim para conhecer algo novo e diferente, desfrutar e até talvez aprender algo novo. E senti-me realizado. Lá terminamos a sequência com mais posturas no chao e pronto, foi isso. 1H30 de actividade fisica agradável em calor intenso. Suei muito. Até me soube bem. Coloco a hipótese de repetir.

Não sei se posso considerar o que fiz yôga. Eu chamo yôga a uma filosofia de Vida, uma filosofia de autoconhecimento que está presente sempre, em qualquer coisa e momento da Vida. Mas que também é enquadrada por uma cultura especifica que no meu caso inclui uma certa linguagem, conceitos, filosofia, praticas e até ritos que advém da tradiçao hindu indiana. Afinal, foi dentro dessa cultura, e como parte dela que o dito yôga como filosofia surgiu e se desenvolveu por milhares de anos. Acho que tal cultura é boa para enquadrar o yôga. E além disso eu gosto dessa cultura, em si mesma, até independentemente do yôga. IE o yôga independe de todas as culturas, mas todas as pessoas tem alguma cultura, pensam, têm estruturas mentais, paradigmas... Assim, se queremos yôga a sério parece útil eleger uma cultura tradicional,com ele relacionado, para do yôga (o meio, o como) podemos extrair o máximo, e contextualizar o que daí se extrai. Isto que fiz, apesar de ter sido concebido por um indiano e de lhe chamarem yoga, para mim, é tanto yoga que uma sessao de spinning. Eu até gostei. Eu gosto de desporto em geral. E gosto, e até preciso, de exercicio dito aéróbico, gosto e preciso de suar. Até gosto bastante de sauna. Assim, este tipo de actividade assenta-me bastante bem. Ainda mais que é um tipo de exercicio bastante mais completo, inteligente e saudável que simplesmente correr ou dar ao pedal. Mas chamar isto de yôga? Não sei. Para mim não. Se o Bikram e alguém mais o quiser fazer tudo bem, que o façam, têm todo direito. Mas eu, apesar da minha actual abertura e tolerancia estarem em nivéis máximos, e os compromissos e atrelamentos a definiçoes comerciais em niveis minimos, ainda prefiro restringir e precisar um pouco aquilo a que chamo yoga. E não é isto. Porque se isto é yôga, porque o yôga está em tudo, é tudo, é a própria Vida a tornar-se consciente de si mesma, é o (um) meio pelo qual essa tomada de consciência se processa, entao deixa de fazer sentido falar em yôga. Porque passa a ser mais um tudo que é nada... E eu ainda não quero chegar aí. Estou perto, mas há que manter algum pé em terreno mais firme e limpido, por mais ilúsória que seja essa firmeza e limpidez. É preciso manter alguma base para a linguagem, o discurso, a comunicaçao, a relaçao... É preciso um pouco de definiçoes e diferenciaçao! É preciso dizer que o yôga é X e nao é Y. O ego existe, é util a si mesmo, faz-se necessário. E o meu ego diz que Bikram e yoga têm algum relacionamento, algum parentesco distante, mas sao coisas diferentes. Como aqueles primos perdidos de terceiro grau de que tomamos conhecimento aleatório de vez em quando, e a que chamamos familia, mas que na pratica nem é...

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Madrid

Cá estive mais uma vez, mais uns dias. Nao conheci muito mais do que já conhecia mas conheci um pouco mais e melhor. Revi amigos, conheci mais escolas de yôga e voltei ao museu Reina Sofia.

Da última vez fomos lá, e por incrivel azar, a mais famosa obra, o Guernica do Picasso, tinha sido pela primeira vez retirado para expor em Paris e portanto nao o vimos. Nao que faltem outras boas obras para ver, antes pelo contrário. Mas o Guernica é fundamental. E por isso desta vez voltei a entrar exclusivamente para vê-lo. E valeu a pena. O facto de ter todos aqueles desnhos preparativos, o saber da história dramática que quer expor, e até a grandiosidade da própria tela formam um conjunto de factores que fazem qualquer fraco apreciador render-se à evidencia da obra prima em questao. Ainda assim continuo a gostar mais do Dalí, que é o único pintor de que desfruto relamente. E também dele ali tem uma razoável coleçao.

Esteve um frio de rachar. Quando chegeui estava mesmo a nevar. Mas eu prefiro o frio ao calor de Madrid. E adorei cá estar, mais uma vez. Creio que nao poderia viver ali, tao longe do mar, atrofiado pela pressao de uma metropole em rápido crescimento. Mas voltar creio que voltarei bastante.

E com um saltito me translado a Londres, para uma paregem maiorzita!
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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Índia, preconceitos...

Porque as viagens tem um antes da partida, principalente as viagens culturais que há muito sao sonhadas e estudadas, os próximos textos serao sobre as minhas impressoes da Índia antes de lá ter ido, os preconceitos. Aquelas impressoes que foram sendo criadas com o estudo dos livros de história e sociologia, dos textso ditos sagrados, de com os contos de viagens narradas em primeira, segunta e terceiras mao. As impreesoes que afloram, tanto por medo como por intuiçao, e que nos fazem ver por imaginaçao.
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Partida



O momento de partir, vencer a inércia, é, para mim, o mais dificil. Mas já estou em movimento!

Primeiro passo: Las Palmas. Calor (24 graus) , gente na praia, ares co um pouco de Africa. Antes de seguir para o interior e estar 2 meses e eio sem ver mar (um recorde para mim) dou-me um pouco de atlântico!

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