domingo, 1 de fevereiro de 2009

Preconceitos 3: Índia X Brasil

Índia X Brasil

(escrito em 2005. Publicado AQUI. Clic.)

Tenho cada vez mais fascínio pelo Brasil e pela Índia.

Nunca fui fisicamente à Índia. Mas conheço muitas pessoas que já lá foram. Algumas várias vezes. Algumas muitas. Outras uma ou duas. Todas com a sua própria perspectiva sobre o país. Como vivo o Yôga, que emana de dentro de uma cultura que se desenvolveu na actual Índia e Paquistão, mantenho-me bastante atento e já estudei bastantes livros sobre Hinduísmo, Yôga, Índia (história e actualidade), etc. Some-se a isso vídeos, programas de TV, filmes, etc. Até já dei um pequeno contributo para uma peça de teatro Hindu! Sou frequentador habitual em restaurantes de comida indiana…Acho que consigo ter uma boa noção!

Também nunca estive no Brasil. Mas qualquer português já é em parte brasileiro! Durante centenas de anos foi o contrário. Mas desde a algumas décadas que a maior contaminação cultural vem de lá para cá. Música, TV, cinema, Carnaval, futebol, publicidade, dentistas, artes, surf, alimentos, imigração, turismo, etc. A Influência é enorme. E cada vez maior.

O meu Mestre é brasileiro. É DeRose. Trabalho com brasileiros, fazendo parte de uma organização que tem génese e liderança no Brasil… Mais de metade das pessoas que conheço (incluindo família) já foram lá pelo menos uma vez. Sinto-me à vontade para falar do Brasil.

É fantástico reparar no facto de esses dois países terem uma influência cultural enorme sobre o que eu faço e sou. E as perspectivas é de terem cada vez mais! Aliás, parece que o impacto desses países no mundo está em franco crescimento, tanto no aspecto económico, como cultural.
A Índia e o Brasil Têm muita coisa parecida.

São ambos países incrivelmente heterogéneos, em todos os aspectos. Tanto nas etnias e respectivas culturas, como geograficamente e também economicamente. Até nas formas de expressão, pois no Brasil o português é bem variado!

O clima é parecido por ser…variado. Quente, frio, desértico, selva, etc. Têm ambos condições férteis para a agricultura, que ainda é a base da sustento de grande parte da população.

Embora ambos sejam considerados países pobres, têm também muita riqueza. E ambas convivem lado a lado, embora sem grandes misturas. São potências económicas e militares cada vez mais omnipresentes. Politicamente são consideradas democracias, ambas com especificidades características e parecidas: estado fraco e pouco regulador que deixa espaço um fluir abrupto e espontâneo das sociedades civis. E isso também é liberdade. Liberdade de criação, para quem sabe e pode! São países com grandes desigualdades sociais que permitem criar dinamismo e crescimento, e injustiças também. Em ambos os Estados há do mais miserável ao lado do melhor e mais avançado que se pode encontrar na humanidade.

O colorido é intenso e o entusiasmo também. Nas comidas, modas, em tudo. Algo que se vive com especial fulgor nas festas, na música, nas artes. Qualquer pretexto é bom para fazer a festa!

Embora a Índia seja a terra das tradições milenares estas assentam primordialmente na capacidade regenerativa. Na absorção de diferenças e recriação permanente. É difícil dizer o que é velho ou novo, pois tudo parece ser as duas coisas! E isso também se vê no Brasil. Convivência próxima do antigo e moderno, do rico e pobre, do belo e do horrível.

Criatividade e esperança são características sempre presentes nesses povos, que ainda assim têm alguma falta de auto-estima, e são os primeiros a recusar o que são os seus próprios valores, subjugando-se tolamente a tudo o que é anglo-saxão!

Não falta diversidade religiosa. Cultos e gurus para todos os gostos. E contra-gurus também. Há desde o intlectualóide do melhor nível ao que nem sabe o que significa votar! Só nesses países é possível eleger filósofos e sindicalistas para presidentes, e ambos fazerem bons trabalhos, essencialmente iguais!

É fácil reconhecer identidades entre certas paisagens da Índia e do Brasil. Tanto de pobrezas, como de belezas.

Enfim, tanta coisa une essas duas partes do mundo.

Outra que as une é a mais importante para mim. É o Yôga. Yôga que significa União!

É o Yôga que me conecta simultaneamente ao Brasil e a Índia. A mim e a muitos outros.
Talvez seja precisamente devido a todas essas identidades que é hoje o Brasil que melhor assegura o perpetuar desta filosofia milenar legada pela Índia. Em nenhum outro país há mais Yôga, tanto em qualidade como em quantidade. É uma diversidade enorme de escolas, mestres, instrutores, linhas, métodos, livros e praticantes, etc. O melhor Yôga do mundo pode ser lá encontrado. As maiores deturpações também. É uma imensidão, desde os melhores profissionais aos totalmente amadores. São múltiplas organizações, cada uma com o seu fim e meios, lutando pelo o Yôga, com o Yôga, e até uns contra aos outros, enquanto concorrência que são! Para quem gosta do Yôga é um fervilhar apaixonante.

Aparentemente esses países continuaram a ser cada vez mais importantes no mundo. Cada vez mais fortes. Cada vez mais exportadores das suas culturas. Especialmente a Índia mais uma vez ressurgida das cinzas parecendo saber aproveitar o legado Inglês.
Veremos.

Espero poder conhecer um pouco mais desses dois mundos de forma mais concreta. Ir lá. Primeiro ao Brasil. Quiçá em breve.

(Os desejos concretizam-se! Mentalizaçao, realizaçao!)

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