terça-feira, 3 de março de 2009

Templo a Nihilkanta – o Shiva “garganta azul”, e um fetiche ecologico


Aproveitando a ida de um grupo de brasileiros que conheci ao dito templo, tomei boleia. Boleia a...pé! 8 Km a maior parte a subir a montanha ingreme até descer um pouco já do outro lado e finalmente encontrar o templo, numa pequena vilória de montanha. O templo é dedicado a Nihilkanta – o Shiva “garganta azul”. Quem quiser saber mais pode consultar a net (wikipedia) e lá lerá tudo e mais alguma coisa sobre os mitos referentes a este aspecto de Shiva.

Nós fomos a pé, mas dava para ir de carro ou mota, por trás, contornando a montanha. Mas assim é mais bonito, e pode-se contemplar o rio e Rishikesh toda de cima. Mas sao cerca de 4 horas, sempre a subir! E nós, por ideia do guia dos brasileiros, pusemos em pratica a brilhante ideia de fazer um pouco de limpeza na montanha. Levamos sacos grandes e enchemo-los de plásticos que encontramos pelo caminho. Escusado está de dizer que não limpamos nem 1% do lixo que havia no caminho, que é muuuiitttooo, como em todas as partes da Índia. Mas nao deixa de ser uma acçao bonita, conscienciosa. E cansativa, muito cansativa. O pior era quando passavamos pelos indianos que nos olhavam pasmados. Não entendiam. Nem mesmo quando perguntavam e explicavamos que estavamos a limpar a montanha. Não entendiam. Está fora do alcance deles. Aqui não há caixotes de lixo, manda-se tudo para o chao. Mesmo que a montanha, ribeiro ou rio sejam sagrados. Aliás, parece-me que o raciocinio deles é ao contrário: se é sagrado façamos o que façamos não podemos nunca sujar, porque é em si mesmo puro. E portanto mandam lixo para o lado, para o chao, para o ribeiro que passa, mesmo que seja o mesmo ribeiro onde vao buscar agua para fazer o chá e cozinhar!

O mais ridiculo é que alguns burocratas lembraram-se de considerar esta parte da montanha e sua floresta uma reserva protegida. Logo expulsaram os poucos sadhus (os renunciantes, yogis) que ali viviam em grutas, em alguns casos há décadas, numa tradiçao que terá talvez milénios. Mas não podia ser... No entanto permitem barraquinhas de comes e bebes monte acima, para vender coisas aos peregrinos. E essas barraquinhas sao nojentas e contribuem para sujar mais toda a area. Enfim, coisas que nem os deuses indianos podem explicar e resolver. Se é que há alguma coisa a ser percebida e resolvida! É o que é.


1 comentário:

  1. Os brasileiros armados em defensores do ambiente!Pode ser que os Indianos,um dia, percebam a vantagem prática da higiene.Nós, por cá, há muitos anos, tambem atiravamos com o lixo para a rua.
    Mas o que interessa é que estás a gostar.
    «Um lugar pertence a quem nele parar por um momento e o contemplar...» Pat Conroy

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